Sobre a inserção da criança na escola

Sobre a inserção da criança na escola

17/03/2020
Sobre a inserção da criança na escola

Por Renata Viola Vives, psicóloga, psicanalista 07/7619​​​​

A escola, nos últimos anos, passou a constituir uma rede de apoio que antes era feita pela família extensa. O papel da escola de educação infantil passou a ser não só o de promover o desenvolvimento integral da criança, ou seja, promover seu desenvolvimento físico, social, cognitivo e emocional, mas também o de promover a sustentação dos pais nos momentos de crise; ser agente de sustentação do binômio família-escola, bem como conter as ansiedades da família, acompanhá-las e ajudar a família a lidar com as mesmas.

Tendo em vista esses aspectos, entendemos que o melhor termo a ser usado é “inserção” e não “adaptação escolar”, levando em conta que a criança e a família vão se inserir num novo contexto, tendo respeitadas suas individualidades e particularidades e não vão meramente se acomodar à nova realidade. Na verdade, o ingresso de um bebê e de uma criança numa escola infantil implica o ingresso de um núcleo familiar e não de uma único indivíduo; implica um conceito dinâmico que dá a ideia do papel fundamental da família nesse processo e não em um conceito estático, o que o termo adaptação representa.

Sabemos que a chegada de uma nova criança à escola, principalmente de um bebê, é um momento de extrema angústia para a família, mas principalmente para a mãe, que precisa sentir-se acolhida e tão acompanhada quanto seu filho, para que possa, enfim, confiar os seus cuidados a outrem.


Em razão disso, as combinações quanto ao ingresso do bebê e da criança (como isso vai se dar, os horários, quem irá trazê-lo) precisam ser previamente estabelecidas, de forma clara e objetiva, criando um contrato verbal onde fica implícita e explícita a ideia de que a família entrega o “seu bem mais precioso e a escola se compromete a auxiliar na promoção do seu desenvolvimento”; é um contrato onde não há nada obscuro ou oculto, pois o oculto é um terreno fértil para que se intensifiquem fantasias que podem dificultar ou até impedir que a inserção se dê de forma satisfatória.

E como podemos integrar tudo isso?

Através de uma entrevista inicial com a família, da preparação da instituição para chegada da criança, com o estabelecimento de combinações e avaliações diárias de como vem se dando esse processo.


A Equipe Portinari está à disposição para apresentar sua forma de perceber a criança e a família.

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